sexta-feira, 8 de julho de 2011

Resenha: Nó na orelha - Criolo

criolo_no_na_orelha Vamos as atividades do dia
lavar os copos
contar os corpos
e sorrir
a essa borda rebeldia



   Um artista que veio para renovar tanto o rap quanto a MPB? Sim, este é o Criolo, que numa mesma música cita Chico Buarque e Sabotage (ouçam Mariô), que une ritmos completamente diferentes e cria um álbum cheio de alma, o que é algo raro na música atual. Com a força e bravura do rap aliados a suavidade e dramaticidade de ritmos como o bolero, a MPB e o samba, Criolo cria um mosaico da vida numa grande cidade. Este mosaico é criado da periferia para o asfalto, mas capta sentimentos comuns a todos, e é aí que se encontra a força e perfeição do álbum: ele une a todos em torno das pequenas mazelas cotidianas.
   Grajauex canta o quase chamado “criolês”, representando a força do rap aliado a outros ritmos, cantando a vida no Grajaú, bairro do Criolo. Por outro lado, Não existe amor em SP (a canção mais linda do álbum) fala da cidade inteira, da sua multiplicidade e sua estranheza. É dessa maneira paradoxal que o cantor abre novos espaços de criação musical, deixando de lado preconceitos, Criolo desconstrói aquilo que conhecemos como MPB, brincando com a musicalidade e entregando letras afiadas.
Criolo-3
   “Não baixa a guarda, a luta não acabou”, assim ele canta em Samba Sambei, que representa que os novos caminhos que ele assume não deixam de lado os ideais defendidos pelo rap. O disco produzido por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, marca a de liberdade do Criolo, que é um dos criadores do Rinha de MC’s, que revelou há um tempo atrás o rapper EMICIDA.
   Estes versos definem esta combinação incrível e louca do álbum:

Trilha Sonora do Gueto Rappin Hood e Facção,
fazem o povo cantar com emoção,
Zona Sul haja coração,
dez mil pessoas numa favela na quermesse do Campão
Di Cavalcanti, Oiticica, Frida Kahlo
tem o mesmo valor que a benzedeira do bairro



   O álbum pode ser baixado na página do Criolo, corram lá!

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