quinta-feira, 21 de julho de 2011

Top 3 - Discos Nacionais por Regis Tadeu

   Este blog tem por intuito não se fechar apenas em minha opinião, e para que se conheça cada vez mais artistas e se possa valorizá-los, conto com a colaboração de todos. Desta vez quem fez o seu Top 3 de discos nacionais foi o jornalista Regis Tadeu, famoso nacional por ser jurado do programa do Raul Gil. Sempre polêmico, é colunista também do Yahoo!, ainda é editor das revistas Cover Guitarra, Cover Baixo e Batera, diretor de redação da Editora Aloha, ainda produz e apresenta o programa Rock Brazuca na Rádio USP 93,7.

   O pedi que escolhesse 3 álbuns que ele considera importantes para a música nacional, sem ares de fundamentalismo ou com poder de dizer “estes são os melhores álbuns do Brasil!”, é apenas diversão e três grandes obras que devem ser escutadas segundo a visão do Regis. Segue abaixo os discos e o texto escrito pelo jornalista:

Sol no Escuro – Fábio Góes

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   Conhecido por seus trabalhos nas trilhas sonoras dos filmes “Abril Despedaçado” e “Cidade de Deus”, este cara conseguiu colocar em seu primeiro disco um punhado de canções tão sublimes que fica difícil não se emocionar durante sua audição. Com poucos acordes, melodias belíssimas e uma atmosfera quase melancólica, é a prova de que tristeza pode ser transformada em arte.

Construção – Chico Buarque

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   Poucas vezes se ouviu algo tão arrebatador em termos de letras quanto este disco, brilhantemente arranjado. A união entre o discurso poético e as melodias e harmonias é tão brilhantemente "costurado" que faz com que a gente se sinta outra pessoa depois de ouvir cada canção.

Made in Brazil – Made in Brazil

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   Se havia alguma dúvida de que brasileiro não sabia fazer rock and roll, ela caiu por terra depois que este grupo paulista lançou um dos mais emblemáticos álbuns da história do rock nacional e, por que não dizer, da música feita em nosso País. Com letras inacreditáveis em sua simplicidade e bom humor, peso instrumental na medida certa e uma certa "porralouquice celebratória", as canções aqui contidas são capazes de colocar sorriso no rosto do mais ranzinza dos seres humanos.

   Depois dessa listinha vou correr atrás desses álbuns, pois confesso, nunca tinha ouvido falar no Made in Brazil, uma vergonha, visto a vasta história da banda. Enfim, quem tiver interesse de colaborar, é só deixar o contato nos comentários.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Afinal, o que é MPB?

   Não há um conceito específico de MPB, e cada vez mais o conceito se amplia, sendo assim as discussões sobre estas nomenclaturas se tornam necessárias. Entrevistei o Professor Doutor Marcelo Rocha, que se interessa muito por MPB, e conversamos um pouco sobre o tema, como vocês podem ver no vídeo abaixo:

   Como a discussão se alongou, posto abaixo o áudio completo da conversa para quem se interessar mais pelo assunto:

Bom Brasileiro Mixtape #1

Apresentação1
   Esta é a primeira mixtape do blog e para começar resolvi fazer algo bem gostosinho para ser ouvido durante aquelas tardes preguiçosas de inverno, onde o sol entra gostoso pela janela e nos aquece, onde os edredons são nossos melhores amigos. Músicas malemolentes, alguns mais melancólicas, outras descaradamente dramáticas, tudo para você relaxar. Ouçam e baixem:

Resenha: Nó na orelha - Criolo

criolo_no_na_orelha Vamos as atividades do dia
lavar os copos
contar os corpos
e sorrir
a essa borda rebeldia



   Um artista que veio para renovar tanto o rap quanto a MPB? Sim, este é o Criolo, que numa mesma música cita Chico Buarque e Sabotage (ouçam Mariô), que une ritmos completamente diferentes e cria um álbum cheio de alma, o que é algo raro na música atual. Com a força e bravura do rap aliados a suavidade e dramaticidade de ritmos como o bolero, a MPB e o samba, Criolo cria um mosaico da vida numa grande cidade. Este mosaico é criado da periferia para o asfalto, mas capta sentimentos comuns a todos, e é aí que se encontra a força e perfeição do álbum: ele une a todos em torno das pequenas mazelas cotidianas.
   Grajauex canta o quase chamado “criolês”, representando a força do rap aliado a outros ritmos, cantando a vida no Grajaú, bairro do Criolo. Por outro lado, Não existe amor em SP (a canção mais linda do álbum) fala da cidade inteira, da sua multiplicidade e sua estranheza. É dessa maneira paradoxal que o cantor abre novos espaços de criação musical, deixando de lado preconceitos, Criolo desconstrói aquilo que conhecemos como MPB, brincando com a musicalidade e entregando letras afiadas.
Criolo-3
   “Não baixa a guarda, a luta não acabou”, assim ele canta em Samba Sambei, que representa que os novos caminhos que ele assume não deixam de lado os ideais defendidos pelo rap. O disco produzido por Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, marca a de liberdade do Criolo, que é um dos criadores do Rinha de MC’s, que revelou há um tempo atrás o rapper EMICIDA.
   Estes versos definem esta combinação incrível e louca do álbum:

Trilha Sonora do Gueto Rappin Hood e Facção,
fazem o povo cantar com emoção,
Zona Sul haja coração,
dez mil pessoas numa favela na quermesse do Campão
Di Cavalcanti, Oiticica, Frida Kahlo
tem o mesmo valor que a benzedeira do bairro



   O álbum pode ser baixado na página do Criolo, corram lá!